2022 foi um grande ano em termos de lançamentos para vários estilos musicais. Em razão disso, escolher apenas oito álbuns para compor a lista com os melhores não foi uma tarefa fácil. Contudo, no final das contas achamos que isso é um bom sinal, concorda?
Apesar de tentarmos utilizar critérios objetivos, não é possível se livrar completamente da subjetividade, refletindo, obviamente, o gosto pessoal de quem a escreveu.
A lista não segue nenhuma ordem específica de ranqueamento, estando disposta de maneira meramente aleatória.
Em breve também postaremos uma lista com os melhores álbuns nacionais. Portanto, aguardem!
Ah! Conte pra gente nos comentários quais foram os discos lançados em 2022 que mais chamaram a sua atenção. Queremos muito te ouvir.
Bom, chega de papo. Vamos lá?
Por Álvaro Silva
Tears For Fears – The Tipping Point

Após ficar quase dezoito anos sem lançar um álbum de inéditas, o Tears For Fears retomou a carreira discográfica com o excelente The Tipping Point, um trabalho elegante e sofisticado que lida com inteligência sobre temas variados que permeiam a psique humana. Apesar dos tons acinzentados predominarem, o duo formado por Roland Orzabal (voz e guitarra) e Curtis Smith (baixo e voz), também oferece ao ouvinte algumas palavras de esperança e superação. Pop inteligente e feito com esmero raro nos dias atuais. (Leia o review completo aqui)
Destaques: “No Small Thing”, “The Tipping Point” e “Master Plan”.
Ouça aqui.
Jack White – Fear of Dawn

Em Fear of Dawn, quarto álbum solo da carreira, o guitarrista Jack White (The White Stripes, The Raconteurs e The Dead Weather) mistura com sucesso rock pesado e ritmos eletrônicos, se distanciando um pouco da imagem engessada de revivalista do blues de garagem que muitos críticos preguiçosos insistem em cravar em sua testa. Rock distorcido com muita personalidade. (Leia o review completo aqui)
Destaques: “Taking Me Back”, “Fear of Dawn” e “What’s the Trick?”
Ouça aqui.
Eric Gales – Crown

Um trabalho inspiradíssimo em termos de execução técnica e composição, Crown é o ponto alto (até agora) na carreira do guitarrista americano de blues rock Eric Gales. A mescla de ritmos, as letras atuais e a intensidade das interpretações fazem do disco um trabalho instigante que passa longe de qualquer arroubo exibicionista. Tudo soa devidamente encaixado em seu devido lugar, mesmo nos momentos em que Gales resolve apostar em frases mais velozes para enfatizar seus solos. Blues contemporâneo da melhor qualidade. (Leia o review completo aqui)
Destaques: “The Storm”, “I Want My Crown” e “Too Close to the Fire”.
Ouça aqui.
Shemekia Copeland – Done Come Too Far

Sem perder de vista suas raízes blueseiras, a cantora americana Shemekia Copeland resolveu ousar em seu álbum de estúdio mais recente – o espetacular Done Come Too Far. Além de transitar com maestria pelo blues, ela se saiu muito bem interpretando estilos como folk, cajun e até country/bluegrass. As questões com temáticas raciais contribuem para conferir ao trabalho um aspecto atual e reflexivo. Pura potência! (Leia o review completo aqui)
Destaques: “Too Far to be Gone”, “The Talk” e “Done Come Too Far”
Ouça aqui.
Tedeschi Trucks Band – I Am the Moon

Uma das bandas mais interessantes da atualidade, a Tedeschi Trucks Band embarcou num projeto pra lá de ousado: trata-se de I Am the Moon, uma tetralogia de álbuns baseada num conto mítico persa sobre amantes desafortunados chamado “Layla e Majnun” (a mesma obra que inspirou o clássico Layla and Other Assorted Love Songs, lançado em 1970 pelo supergrupo Derek and the Dominos). O resultado do esforço capitaneado pelo casal de guitarristas Derek Trucks e Susan Tedeschi é excepcional, apresentando um apanhado de canções riquíssimas que misturam R&B, rock, country, jazz, blues, pop e música oriental. Um disco com muita alma.
Destaques: “Hear My Dear”, “Pasaquan” e “Take Me As I Am”.
Ouça aqui.
Ann Wilson – Fierce Bliss

Pode parecer exagero, mas não é: Fierce Bliss é um dos melhores álbuns lançados em toda carreira da veterana Ann Wilson (incluindo os trabalhos junto com a banda Heart). Apesar da idade (71 anos) e dos problemas que enfrentou ao longo dos últimos anos (depressão, síndrome do pânico, alcoolismo e drogas), ela prova que ainda é uma das grandes vozes da história do rock, entregando um tracklist formado por canções redondinhas que transbordam vigor e paixão pelo música. (Leia o review completo aqui)
Destaques: “Greed”, “Fighten for Life” e “Missionary Man”.
Ouça aqui.
Ronnie Earl and the Broadcasters – Mercy Me

Mercy Me é o vigésimo oitavo álbum da carreira do veterano guitarrista de blues Ronnie Earl, um músico brilhante que possui o reconhecimento de seus pares, mas infelizmente é praticamente desconhecido pelo público. Com a sutileza que lhe é peculiar, ele esbanja bom gosto e feeling em cada uma das 12 faixas do álbum – formado por canções originais e alguns covers. Se você gosta de blues e R&B, mas ainda não conhece o trabalho de Earl, comece por aqui em grande estilo. (Leia o review completo aqui)
Destaques: “(You Love Keeps Lifting Me) Higher and Higher”, “Soul Searching” e “Please Send Me Someone to Love”.
Ouça aqui:
Red Hot Chili Peppers – Return of the Dream Canteen

Para marcar a volta do guitarrista John Frusciante, os californianos do Red Hot Chili Peppers prometeram, logo no início do ano, o lançamento de dois novos álbuns de estúdio produzidos por Rick Rubin. O primeiro a sair foi o mediano Unlimited Love. Já para o segundo semestre, a banda preparou Return of the Dream Canteen, um álbum com composições bem mais consistentes. O vocalista Anthony Kiedis apresenta algumas letras bem sacadas, Frusciante toca licks e solos incendiários (inspirados em Hendrix), Chad Smith mantém a costumeira pegada firme e suingada na bateria, mas quem rouba a cena de verdade é o baixista Flea, criando linhas de contrabaixo repletas de virtuosismo, criatividade e inspiração no free jazz, tudo isso sem tirar o apelo pop da maioria do repertório. Trata-se do melhor trabalho da banda desde Stadium Arcadium (2006).
Destaques: “Eddie”, “Fake as Fu@k” e “Bag of Grins”
Ouça aqui.