Rogério Delayon, respeitado guitarrista e produtor musical, lança primeiro álbum solo – o diversificado Meu Tempero.
Com mais de 30 anos de carreira, o guitarrista e produtor Rogério Delayon é um dos mais requisitados e respeitados sideman do Brasil. No decorrer desse período, ele tocou com Fábio Jr., Sandy & Júnior, Moraes Moreira, Lenine, Wilson Sideral, Eric Martin (Mr. Big), Leila Pinheiro, Flávio Guimarães, Victor & Léo, Zizi Possi, Zélia Duncan, Beto Guedes e muitos outros nomes. Atualmente, ele se divide entre as bandas que acompanham Zeca Baleiro e Flávio Venturini, e está divulgando seu primeiro álbum solo – Meu Tempero (ouça aqui), lançado recentemente nas plataformas digitais. Trata-se de um trabalho musicalmente eclético, que vai do rock ao baião como muita desenvoltura.
Para conhecer melhor os pormenores de Meu Tempero, o Rotasongs entrevistou Delayon, que falou sobre os motivos que o levaram a lançar seu primeiro álbum solo depois de muitos anos de carreira, processo de composição, como foi atuar como cantor em algumas faixas e planos para o futuro.
Por Álvaro Silva
Você possui mais de trinta anos de carreira como sideman e produtor musical. Por que resolveu lançar agora seu primeiro trabalho solo? Era um desejo antigo?
Já faz mais de 20 que eu tenho essa ideia de gravar um trabalho solo e autoral, mas por trabalhar viajando e produzindo vários artistas, eu não conseguia tempo para fazer o meu próprio trabalho. Além disso, confesso que tinha um pouco de receio de mostrar minhas músicas para o mundo.
Com a pandemia, tudo parou, e com isso, pude me concentrar no disco e colocá-lo em prática. Não posso me esquecer que, graças à Lei Aldir Blanc, eu pude concluir esse álbum. Pude chamar vários músicos amigos e remunerá-los. A falta de verba também era um impedimento para gravar. Tenho 51 anos e acho que esse álbum veio na hora certa. Que seja o primeiro de vários!

Como foi o processo de composição do álbum? Ele é constituído de canções que estavam guardadas em seu arquivo ou elas foram compostas especialmente para o trabalho?
Tenho canções nesse álbum que foram compostas há mais de 20 anos. Cada uma delas tem uma história, uma época… Nenhuma delas foi composta para o disco. Na verdade, elas foram organizadas e finalizadas para o disco. Eu tinha vários rascunhos, ideias espalhadas em pastas no meu computador etc. Quando eu realmente resolvi gravar, peguei todo esse material e comecei a formatar para virar canções com começo, meio e fim.
Além de tocar vários instrumentos e produzir, você também está cantando em algumas faixas. Foi tranquilo ou deu um frio na barriga?
Na verdade, sempre gostei de cantar. Contudo, nunca me atrevi a fazer um show cantando ou gravar como cantor. Quando eu vi que não tinha músicas instrumentais em número suficiente para completar o álbum, escolhi algumas canções e resolvi cantar. Eu adorei o resultado e gostei de me ouvir cantando. Acho que isso foi o ponto forte para que eu colocasse em prática minha veia de cantor e assumir esse meu lado crooner.

A diversidade sonora é uma característica marcante na sua carreira e se fez presente no álbum através da mistura de estilos. Qual é a importância dela no seu desenvolvimento pessoal e musical?
Eu comecei profissionalmente em 1989, com 18 anos. Toquei de tudo nessa vida musical. Fiz baile, tive bandas de rock, toquei sertanejo e MPB. De tudo mesmo. Sempre que eu entro num trabalho, seja numa banda, ou seja com um artista, eu entro pra valer, quero fazer bem-feito e aproveito para assimilar tudo de bom que esse trabalho pode me dar. Foi isso que me deu essa versatilidade e ecletismo, tanto em estilo musical como em sonoridade. Também adoro instrumentos diferentes, com sonoridade diferente. Acho que essa bagagem toda fez com que meu disco tivesse essa variedade de estilos e sonoridade, sem perder a essência do Rogério Delayon. Por isso o nome “Meu Tempero”.
Quais são os seus planos para o resto de 2022? Você pretende excursionar apresentando esse novo material?
Eu quero divulgar bastante esse álbum nas plataformas digitais (ouça aqui), para que ele chegue o mais longe que ele puder. Estou batalhando leis e editais para que eu possa fazer shows, pois sem apoio, fica muito difícil viabilizar um espetáculo. Tenho também o desejo de lançá-lo em formato físico (CD e vinil). No mais, continuo como sideman de alguns artistas (Zeca Baleiro e Flávio Venturini) e sigo divulgando “Meu Tempero” para o mundo.
Maiores informações nas redes sociais e páginas do artista.