Musicboard oferece produto inovador para os apaixonados pelo som da lap steel utilizando formato skateboard ou surfboard
Originada no Havaí e geralmente confeccionada em uma tábua, a lap steel é uma guitarra de origem havaiana que possui certas peculiaridades, sendo as principais: a forma de tocar na horizontal com o emprego de uma barra feita de material metálico que percorre todas as dimensões da escala, sonoridade viva e rascante. Canções clássicas de bandas e artistas como Pink Floyd, Beatles, Neil Young e Yes foram gravadas utilizando o instrumento.
Apaixonado pela sonoridade do instrumento, por surf e skate, Thales Rosa, empresário, músico e designer, somou forças com seu primo, o luthier e músico Corellio Rosa, e juntos aprimoraram e disponibilizaram ao público brasileiro dois instrumentos muito bacanas: uma lap steel com o corpo baseado no shape de skate e outra baseada no corpo de uma prancha de surf. Além dos mencionados instrumentos, a empresa Musicboard oferece uma pedaleira multiefeitos e um curso voltado ao aprendizado do instrumento (Lap Steel do Zero).
Os instrumentos fabricados pela empresa conquistaram renomados músicos como Mônica Agena, Renato Galozzi, Evandro Mesquita (Blitz), Wilson Sideral, Phil (CPM22), Doca Rolim (Skank), Marcinho Eiras, Marlos da Banda Onze 20, Rodrigo Suricato (Barão Vermelho e Suricato), Faiska Borges, dentre outros, abraçaram a ideia e passaram a utilizar o produto.
Para entender um pouco sobre a Lap Steel Musicboard, conversamos com o Thales. Ele nos explicou um pouco sobre a gênese do produto, a receptividade do mercado, o curso Lap Steel do Zero, novidades que a empresa pretende lançar, dentre outros assuntos.
Como surgiu a ideia de fabricar lap steel usando shape de skate?
Thales Rosa: A ideia surgiu quando vi na internet um músico de rua tocando uma espécie de lap steel baseada no shape de skate. Entretanto, o instrumento era bastante rudimentar, isto é, possuía uma construção improvisada.
Outro fato importante que impulsionou a ideia sobre o desenvolvimento do instrumento, foi quando participei da gravação de um EP com trilhas sonoras para filmes de skate e surf. Esse projeto acabou originando o nome Musicboard. Ele pode ser conferido nas principais plataformas digitais com o nome Thales Rosa Musicboard, o “Canal Off’ de televisão utilizou algumas de nossas trilhas em alguns programas.
Pois bem. Juntando a paixão pelo design, música, surf e skate, eu e meu primo Corellio Rosa, que é luthier, resolvemos aprimorar a lap steel baseada no shape de skate, tornando-a mais funcional em termos de afinação e tocabilidade. Nosso propósito como marca é fazer o maior número de pessoas tocarem a Lap Steel Musicboard, que é um instrumento fascinante e pouco difundido no Brasil.

Quais foram as principais dificuldades durante o desenvolvimento do produto?
Thales Rosa: Acredito que o desconhecimento sempre é a maior dificuldade. Foram necessárias muitas adaptações, nada foi fácil. Desde o cálculo das oitavas reduzidas na escala até a fabricação do nosso shape, que é feito especialmente para nós pela Wood Light, com um reforço entre as lâminas para sustentar a afinação e não semitonar.
Tudo foi um grande desafio, mas também foi um grande aprendizado. Posso citar como exemplo, o processo de esconder a parte elétrica do instrumento. Precisávamos criar uma peça usinada para ser termo moldada no shape para cobrir a parte elétrica e se moldar aos concaves do shape. Hoje podemos falar que dominamos o processo de construção e estamos bem felizes com isso, mas até chegar a um resultado satisfatório foi trabalhoso e um pouco demorado.
O músico geralmente é um consumidor muito crítico. O produto foi bem aceito no mercado?
Thales Rosa: Muito legal essa pergunta. Nosso slogan é: “Uma experiência visual e sonora”. Isso diz muito sobre a Musicboard, o primeiro contato visual é sempre com desconfiança e ao mesmo tempo com um espanto positivo. Quando é tocada gera outro sentimento positivo porque o timbre e o volume de som são surpreendentes. Isso se dá por vários motivos, temos uma tensão alta em uma escala curta, usamos cordas SG Andreas Kisser (calibre 0.13) e captadores Malagoli especialmente desenvolvidos, que propiciam muito ganho nos graves e sustain. Além disso, como não existe contato dos dedos, é preciso usar um slide, que entregamos junto com o instrumento.
Com isso tudo mais o encaixe do shape no colo do músico, conseguimos a aceitação de músicos profissionais e amadores. Hoje temos o prazer de ter em nosso time nomes como: Mônica Agena, Renato Galozzi, Evandro Mesquita, Wilson Sideral, Phil (CPM22), Doca Rolim (guitarista sideman do Skank), Marcinho Eiras, Marlos (Banda Onze 20), Rodrigo Suricato e agora lançamos o modelo signature do Faiska, que para nós foi uma grata surpresa por toda a sua trajetória na música e no universo do slide.
Vocês já pensaram em desenvolver novos instrumentos utilizando shape de skate?
Thales Rosa: Com shape de skate não, mas lançamos esse ano a Musicboard Surf e a pedaleira analógica Kosmic MB6, uma parceria que deu muito certo com o Fábio da BV Tronic Pedas. A Musicboard Surf tem o line de uma pranchinha de surf que funcionou muito bem, o corpo dela é em cedro e a usinagem feita em CNC. A pedaleira é um console multiefeito com Drive, Tremolo, Delay, Reverb, Simulador de Gabinete e Booster.

O produto é customizável, isto é, pode ser fabricado seguindo as especificações do cliente?
Thales Rosa: Sim, temos a Musicboard personalizada. A primeira vantagem que acho é que o músico terá um instrumento único, com a sua arte e seu nome. Isso é muito legal porque o músico participa desde o início do processo da criação da arte, que também é feita por nós. Pode ser feito com foto, logo da banda e o que a imaginação deixar. Também é possível alterar o captador (sempre humbucker) e as tarraxas. Isso vai de cada músico, mas geralmente as personalizadas são entregues na mesma configuração das originais com a arte do músico.
Obviamente existe a questão da subjetividade no quesito aprendizado, mas em termos gerais, a Musicboard é um instrumento fácil de tocar?
Essa pergunta é ótima e recorrente. Sim, é fácil tocar lap steel, mas não existe um instrumento 100% fácil de tocar. Lógico que é preciso dedicação, interesse e vontade de aprender. O meu propósito sempre foi quebrar essa falsa ideia de dificuldade. Por exemplo, eu tenho dificuldade em tocar com o slide em pé de maneira tradicional, como a maioria dos músicos tocam na guitarra. Quando coloquei um violão no colo para tocar com o slide, vendo uma vídeo aula do Marcos Otaviano, mestre do Blues, toquei com muita facilidade. Eu sempre procuro passar essa sensação para meus alunos ou clientes que compram a Musicboard. É um instrumento muito versátil pela facilidade de usar a afinação padrão de guitarra, além de afinações híbridas e abertas.
O método que criei, o Lap Steel do Zero, foi todo pensado nessas objeções para quebrar as barreiras. Ele foi todo gravado com afinação padrão de guitarra e pensado para quem ainda não tem um lap steel, nele eu dou dicas de adaptações no violão ou guitarra. Dominando as técnicas básicas de como usar o slide, já é possível solar e acompanhar todo tipo de música. Resumindo, com apenas algumas horinhas de estudo, eu garanto que todos conseguem tocar, principalmente se for uma afinação aberta, em que todas cordas soltas montam um acorde maior ou menor. É só deslizar o slide e curtir a música.
Recentemente você lançou um curso para ensinar a tocar o instrumento. Você poderia nos contar os detalhes sobre ele?
Bom, falei um pouco dele na pergunta anterior, mas o que resume bem o curso Lap Steel do Zero é a necessidade que senti de quebrar as barreiras que separavam os músicos da Musicboard. Foram quase oito meses pesquisando, estudando, escrevendo, gravando, editando etc. O LSZ é um curso técnico de lap steel. Nos primeiro módulos eu faço uma apresentação da minha história e o porquê eu tenho esse propósito de vida. O curso traz a história de como surgiu o lap steel no Hawaii e por isso ele também é chamado de guitarra havaiana. Eu falo também sobre a metodologia de estudo com dicas importantes sobre a curva de aprendizado, no curso tem muitos links externos de filmes, clipes de quem toca em vários estilos musicais com o lap steel. Na parte técnica eu começo com a apresentação do instrumento, passando as técnicas de mão direita como dedilhados, abafamentos, batidas etc. Quando o aluno passa dessa fase, entramos nas técnicas de slide com a mão esquerda, como: vibratos, afinação, hammer-on, pull-off, bend, harmônicos e por aí vai. Os exercícios foram gravados em áudio com e sem metrônomo e também tem um material de apoio em PDF com tablaturas e escalas para serem tocadas junto com backing track. No final, o aluno recebe um diploma do primeiro curso de lap steel 100% online do Brasil.
Tenho muito orgulho disso. É mais uma semente plantada para a cultura musical do lap steel no Brasil.

O curso é pago? Existe website com maiores informações?
Sim. O curso é pago. Temos um website com todas as informações a respeito do curso, vídeos introdutórios e muito mais. O endereço é: http://www.lapsteeldozero.com.br.
Qual o nível de dedicação em termos de estudo você recomenda?
Ter uma metodologia para estudos é fundamental em qualquer profissão. No curso eu dou dicas como deixar o instrumento sempre pronto para os estudos, pois isso evita o fator preguiça. Iniciar com vinte minutos diários já proporciona uma evolução, mas depois esse tempo de estudo acaba aumentando porque os resultados aparecem e o aluno se envolve mais com o aprendizado. Eu separo o estudo em duas partes: o estudo da técnica e o improviso livre. O lap steel é um instrumento com muita sensibilidade, por isso é muito importante você focar nas técnicas para tirar o melhor proveito dessa sensibilidade. Se soltar no instrumento é fundamental, por isso eu foco bastante no improviso, livre somos mais criativos e perdemos os medos de errar e com isso ficamos sem limites.
Qual é a sensação de ver um instrumento fabricado pela empresa nas mãos de músicos como Faiska, Doca Rolim, Evandro Mesquita, Wilson Sideral e outros?
Thales Rosa: Cara, isso é a realização de vários sonhos juntos. Conhecer todos esses ícones, conversar com eles sobre música e vê-los em ação não tem preço.
Não me esqueço do Sideral me contando sobre o espanto do público quando ele tocou com a Musicboard pela primeira vez, pois eles levantaram os celulares para registrar o momento. Isso foi demais! Sem palavras!

Alguma novidade planejada para este ano?
Sempre teremos novidades, pois por aqui as coisas não param. Às vezes as coisas andam num ritmo um pouco mais lento, mas parados nós não ficamos. O foco agora é trabalhar a divulgação do Lap Steel do Zero e no segundo semestre gravar novos módulos com afinações abertas. Estou trabalhando também na gravação de um novo EP. Já tenho muitas ideias registradas, pretendo entrar em estúdio para organizar tudo e gravar.
Considerações finais:
Thales Rosa: Agradecer é sempre bom e faz bem. Durante nossa pequena história fomos abraçados por muitas pessoas e a maioria delas se tornaram amigos de verdade e nos acolheram, até por perceberem que nosso projeto tem uma alma leve, característica que vem dos esportes com pranchas. Lifestyle, vida simples, não conformismo com as regras do mercado e por aí vai. Juntando toda essa energia positiva só nos resta agradecer a todos que fazem parte dessa grande família.
Maiores informações no site, loja virtual, Lap Steel do Zero Instagram, YouTube, Facebook e Spotify da Musicboard.